domingo, 1 de março de 2015

Sobre Lixeiras e Latrinas: as assimetrias do judiciário brasileiro

Já está nas redes sociais, mas eu vi primeiro no jornal “Metro”: “Ex-reitor Timothy Mulholand é demitido por escândalo da lixeira”.
Ainda que carregada de um  certo sensacionalismo a manchete é verdadeira.
Cabe a ressalva que na verdade o afastamento se dá em virtude de investigações da CGU (controladoria Geral da União) que apontou “possíveis irregularidades“ em convênios assinados pela UnB entre 2005 e 2008.
Caso seja confirmada a demissão, punição pesada,  pois causa a perda da aposentadoria e o impede de assumir cargos públicos por cinco anos,  será um caso pouco comum na nossa justiça.
Na verdade as denúncias contra o ex-reitor geraram uma grave crise na universidade em 2008, os alunos ocuparam a reitoria por vários dias. A questão veio a tona quando se descobriu que a lixeira que foi comprada para o apartamento funcional então ocupado pelo reitor custou entre R$ 900,00 a 1.000,00.
Que bom que os mecanismos de punição a todos (as) que pratiquem atos delituosos estejam em funcionamento.  Que essa seja uma ação constante dos poderes constituídos e que funcionem para todos, em todos os quadrantes.
Como nem tudo é perfeito, é oportuno lembrar, logo após assumir a presidência do STF o então presidente Joaquim Barbosa reformou os banheiros do apartamento funcional pela bagatela de R$ 90.000,00 (NOVENTA MIL REAIS).
Como o distinto presidente era o herói do julgamento da AP 470 nem a mídia, nem nenhum outro órgão do judiciário ou do MPF tomou qualquer providência.  Então temos um apartamento funcional que tem um banheiro tão ou mais caro que uma residência do Minha Casa Minha Vida.
Isso só prova que nessa  pindorama nossa de cada dia, mudam as moscas, mas as lixeiras, e as latrinas são as mesmas, ou dos mesmos.

                                               Alvino Lemos, em 27/02/2015

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