Sobre Lixeiras
e Latrinas: as assimetrias do judiciário brasileiro
Já está nas redes sociais, mas eu
vi primeiro no jornal “Metro”: “Ex-reitor Timothy Mulholand é demitido por
escândalo da lixeira”.
Ainda que carregada de um certo sensacionalismo a manchete é verdadeira.
Cabe a ressalva que na verdade o
afastamento se dá em virtude de investigações da CGU (controladoria Geral da
União) que apontou “possíveis irregularidades“ em convênios assinados pela UnB
entre 2005 e 2008.
Caso seja confirmada a demissão,
punição pesada, pois causa a perda da
aposentadoria e o impede de assumir cargos públicos por cinco anos, será um caso pouco comum na nossa justiça.
Na verdade as denúncias contra o
ex-reitor geraram uma grave crise na universidade em 2008, os alunos ocuparam a
reitoria por vários dias. A questão veio a tona quando se descobriu que a
lixeira que foi comprada para o apartamento funcional então ocupado pelo reitor
custou entre R$ 900,00 a 1.000,00.
Que bom que os mecanismos de
punição a todos (as) que pratiquem atos delituosos estejam em funcionamento. Que essa seja uma ação constante dos poderes
constituídos e que funcionem para todos, em todos os quadrantes.
Como nem tudo é perfeito, é
oportuno lembrar, logo após assumir a presidência do STF o então presidente
Joaquim Barbosa reformou os banheiros do apartamento funcional pela bagatela de
R$ 90.000,00 (NOVENTA MIL REAIS).
Como o distinto presidente era o
herói do julgamento da AP 470 nem a mídia, nem nenhum outro órgão do judiciário
ou do MPF tomou qualquer providência. Então
temos um apartamento funcional que tem um banheiro tão ou mais caro que uma
residência do Minha Casa Minha Vida.
Isso só prova que nessa pindorama nossa de cada dia, mudam as moscas,
mas as lixeiras, e as latrinas são as mesmas, ou dos mesmos.
Alvino
Lemos, em 27/02/2015
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